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Provas de Doutoramento em Estudos da Criança, especialidade de Educação Especial Voltar

terça-feira, 22/01/2019    Sala de Atos (sala 1104) do Instituto de Educação da Universidade do Minho
Realizaram-se no dia 22 de Janeiro de 2019 (terça-feira), pelas 14h00, na Sala de Atos (sala 1104) do Instituto de Educação, Campus de Gualtar, as Provas de Doutoramento em Estudos da Criança, na especialidade de Educação Especial, requeridas pela Mestre Maria do Rosário de Araújo Ferreira.
Título da tese: “Perspetivas sobre a transição para a vida pós-escolar de alunos com dificuldade intelectual”
No final, o júri deliberou, por unanimidade, aprovar a candidata atribuindo-lho, a menção de “Muito Bom”.

Composição do Júri:

Presidente: Reitor da Universidade do Minho
Vogais: Doutor Pedro Jorge Moreira de Parrot Morato, Professor Associado da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa
Doutora Ana Maria da Silva Pereira Henriques Serrano, Professora Associada do Instituto de Educação da Universidade do Minho
Doutora Ana Paula Loução Martins, Professora Auxiliar do Instituto de Educação da Universidade do Minho (Orientadora)
Doutora Anabela Cruz dos Santos, Professora Auxiliar do Instituto de Educação da Universidade do Minho
Doutora Susana Cristina Rodrigues Ferreira de Sousa Moreira Marinho, Professora Auxiliar da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa, Porto
Doutora Andrea Perosa Saigh Jurdi, Professora Adjunta do Departamento de Saúde, Educação e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo, Brasil.

Resumo
Neste trabalho tive por finalidade o estudo da transição para a vida pós-escolar de alunos com dificuldade intelectual. Aprofundei o conhecimento que existe sobre dificuldade intelectual e sobre transição para a vida pós-escolar, atendendo à concetualização atual, à operacionalização, às orientações nacionais e internacionais que existem e aos desafios que se apresentam.
Para o efeito, desenvolvi uma investigação movida pelo paradigma naturalista, a qual assentou nas realidades percecionadas pelos participantes, os alunos, as mães, e os profissionais, que considerei serem quem tinha conhecimento e experiência sobre o tema e o podia desenvolver de forma compreensível e abrangente. Recolhi os dados através de entrevistas semiestruturadas e de análise de documentos.
O conhecimento adquirido foi sintetizado em três fases. Primeiro apresentei-o sob a forma de três estudos de caso, nos quais mostro concretamente as perspetivas individuais dos participantes. De seguida, sob a forma de cruzamento dessas perspetivas, tracei as diferenças e as similitudes entre os participantes e interpretei e discuti as suas perspetivas enquanto grupo. Por fim, estruturei este conhecimento sob a forma de conclusões.
Os resultados obtidos através das perspetivas dos participantes permitem-me concluir que: Em relação às vivências escolares os alunos têm como experiências apropriadas, individualizadas e inclusivas. Valorizam o papel da professora de Educação Especial como decisora no planeamento e na operacionalização dessas vivências, para as quais atende à opinião das mães e, por vezes, dos alunos.
Destacam como mais valia o aluno ter disciplinas promotoras da autonomia e frequentar cursos profissionais, considerando as suas competências específicas. Adicionalmente, quanto às vivências de transição, reconhecem que os conteúdos passíveis de transferibilidade, as áreas das capacidades adaptativas e as competências específicas, desenvolvidas no contexto escolar, são essenciais e apreciados.
Contudo, preocupam-se com a escassez de domínios formativos, que nem sempre vão ao encontro das áreas de interesse dos alunos, e de locais para o desenvolvimento do plano individual de transição, que para além de parcos deveriam localizar-se o mais próximo possível da área de residência do aluno. Valorizam as competências dos alunos e identificam redes de apoio que se empenham e preocupam com as suas potencialidades na vida pós-escolar. Paralelamente, no tocante às potencialidades na vida pós-escolar, reconhecem que a empregabilidade é mais fácil para os alunos que têm famílias com negócio próprio e que para os restantes alunos emerge a possibilidade da dependência a um centro de atividades ocupacionais na vida pós-escolar o que é uma angústia para as mães que compreendem esta possibilidade como um retrocesso de um ambiente inclusivo para um ambiente segregador.
Apontam que há várias entidades formais que têm a responsabilidade de intervir de forma mais interventiva e responsável no processo de transição e enumeram um conjunto de propostas que essas entidades deveriam promover para potenciar a transição para a vida pós-escolar dos alunos com dificuldade intelectual. Atendendo a estas considerações, este estudo terá impacto social, como efeito alavanca, para o conhecimento e promoção de experiências construtivas acerca da transição para a vida pós-escolar de alunos com dificuldade intelectual. Ou seja, possibilita-se a replicabilidade de práticas que se reconheçam como ajustáveis ou adaptáveis a outros alunos e outros contextos. Permite, também, que diferentes entidades se identifiquem em papéis aqui expressos e, consequentemente, intervenham com maior eficácia para a transição para a vida pós-escolar dos alunos com dificuldade intelectual.
Em relação direta aos alunos, expõe a desejada mudança de paradigma de expandir as vivências inclusivas, reconhecidas e estimadas em contexto escolar, para o contexto de vida pós-escolar. Comprova que existe espaço para os alunos com dificuldade intelectual terem voz e participarem na tomada de decisão quanto às suas vivências escolares e de transição, que têm de ser colocados no centro da discussão acerca da transição, o que mudará o rumo do seu futuro pós-escolar.
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