O que mais a fascina nesse projeto?
São vários os fascínios!O primeiro fascínio decorre da possibilidade de poder desocultar as vozes das crianças, de afirmar a importância de que se reveste o que elas têm a dizer-nos sobre os impactos da COVID-19 nos seus mundos de vida, de poder apresentá-las como sujeitos ativos de direitos.
O segundo tem a ver com a comunidade docente - De uma equipa reduzida de 2 ou 3 elementos, esta comunidade foi crescendo com a participação entusiasta de colegas de todos os departamentos, que se envolviam à volta de uma missão que tinha na base um pressuposto básico: garantir que um número cada vez maior de crianças tivesse a oportunidade de fazer ouvir a sua voz sobre os condicionalismos e as oportunidades deste período de confinamento devido à COVID-19.
O terceiro tem a ver com a comunidade discente – o projeto subsiste, quase em exclusivo, com a participação de alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento, na oferta de atividades síncronas e assíncronas. A adesão de todos ao projeto foi fantástica e qualificou-o de sobremaneira. Este foi, assim, um palco para tornar visível a excelência dos alunos que acolhemos na nossa Casa.
Finalmente, o fascínio de podermos concretizar uma das missões do IE na sua relação com a comunidade alargada e fazê-lo a partir de uma área – os estudos da criança – que é fundacional e identitária desta escola. Dado o seu potencial, a área dos estudos da criança encontrou neste projeto uma porta fantástica para tornar útil o conhecimento científico que tem vindo a ser produzido há mais de 2 décadas, no sentido de valorizar as crianças como sujeitos ativos de direitos.
Enquanto professora e investigadora, que relevância encontra nesses projetos para o desenvolvimento da missão do IE?
Considero que este projeto é muito relevante para o desenvolvimento da missão do IE.
À medida que o projeto se foi desenvolvendo, fomos envolvendo crianças, famílias, docentes, profissionais de áreas bem diversificadas, contando até ao momento com mais de 6000 visitantes e a participação de mais de 130 famílias portuguesas e brasileiras nas diferentes atividades, que vão sendo semanalmente propostas. O projeto foi-se espalhando para outras latitudes e através do Instituto Camões, neste momento chega a crianças guineenses e também dos Estados Unidos da América.
Esta é uma porta, na minha opinião, ímpar para podermos rentabilizar toda a expertise que fomos desenvolvendo ao longo das últimas décadas, quer assegurada pela comunidade docente, quer assegurada pela comunidade alumni e afirmar, deste modo, o IE como uma escola que tem uma voz importante na área dos estudos da criança.
[1] Natália
Fernandes; Marlene Barra; António Osório; Ana Francisca Azevedo; Mª Teresa
Sarmento; Mª Alfredo Moreira; Ana Paula Loução; Ricardo Ribeiro; Ana Tomás de
Almeida; Mª Teresa Vilaça