Composição do Júri:
Presidente:
Doutor Nelson Manuel Viana da Silva Lima, Professor Catedrático do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação da Universidade do Minho.
Vogais: Doutora Maria da Graça Ferreira Simões Carvalho, Professora Catedrática do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação da Universidade do Minho;
Doutora Maria Beatriz Ferreira Leite de Oliveira Pereira, Professora Catedrática do Departamento de Teoria da Educação e Educação Artística e Física do Instituto de Educação da Universidade do Minho (orientadora);
Doutor António Camilo Teles Nascimento Cunha, Professor Associado com Agregação do Departamento de Teoria da Educação e Educação Artística e Física do Instituto de Educação da Universidade do Minho;
Doutor João Júlio de Matos Serrano, Professor Coordenador com Agregação da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco;
Doutora Inês Peixoto Silva, Professora Adjunta Convidada da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo;
Doutora Maria Isabel Brandão de Souza Mendes, Professora Titular do Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.
Resumo: Articular distintos interesses de desenvolvimento e garantir um mundo democrático, no qual indivíduos repensem seus padrões de consumo e coexistam em harmonia com todas as espécies, é um grande desafio. Em detrimento de uma perspectiva tradicional, uma educação ambiental balizada pela experiência, em que os indivíduos vivenciam o mundo, pode proporcionar reconexões do homem com o meio ambiente. Tais experiências formativas perpassam por processos distintos no contexto da escola, mas também da família e da comunidade. A fim de compreender tais aspectos, esta pesquisa teve como objetivo geral investigar as contribuições oferecidas pelas práticas corporais à formação ambiental de crianças. A investigação empírica, constituída pela fase preliminar e o programa de intervenção, foi desenvolvida em escolas públicas do nordeste brasileiro – delineou-se como estudo qualitativo, para o qual foi usado o estudo de caso, como método, e a análise de conteúdo (Bardin, 2022), auxiliada pelo software IRaMuTeQ, para análise dos dados. Na fase preliminar, 45 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental foram submetidos a entrevistas focais, cujos roteiros dialogaram sobre as práticas corporais desenvolvidas e os mecanismos utilizados pela escola, família e comunidade para abordar o tema meio ambiente. Na segunda fase, estudantes de outras duas instituições, pertencentes apenas ao 6º ano (20 alunos da zona urbana e 15 alunos da zona rural), participaram de um programa de intervenção (desenvolvido no componente curricular de educação física), o qual foi iniciado e concluído por grupos focais. Ambas as fases sinalizaram que a escola é o principal recinto de oferta do tema meio ambiente, no entanto, as abordagens são vinculadas aos horários formais de ensino, não havendo espaço para práticas corporais e para o tema em horários livres (recreio). A família, embora envolta em atividades dentro da própria residência ou vinculadas às tecnologias (celulares e televisão) ou ao labor, constitui-se como uma entidade de elevada referência para as crianças. Por sua vez, as práticas corporais voltadas à comunidade revelam a baixa ação de grupos locais. Tais evidencias, conduzem a representações de meio ambiente pautadas na flora e na preservação dos recursos. O programa de intervenção tornou-se eficaz por, ao usar o ambiente externo (a comunidade) como a sala de aula, reverberar em cenas ambientais nas quais os alunos se incluíram ou puseram elementos culturais do entorno. Em função disso, ratificou que o movimento, ainda que posto em situações determinadas pelo currículo formal de ensino, insere novos significados aos conhecimentos e representações de meio ambiente de crianças.
Palavras-chave: Corpo; comunidade; ensino fundamental; família; meio ambiente.