O que mais te fascina nesses projetos?
As relações humanas que os mesmos propiciam, bem como a possibilidade de compreender e melhorar uma dada realidade. Como é do domínio comum, a investigação ajuda a (in)firmar as nossas perceções e a aprofundar o nosso pensamento.Por exemplo, no caso dos professores, ou melhor da formação de professores, que é uma das minhas áreas de trabalho privilegiadas, esses contributos podem ser uma mais valia, sobretudo se nos ajudarem a olhar para a profissão numa lógica de reencantamento, capaz de contrariar o que Michaël Huberman (2000) identificou como fase de desinvestimento, que hoje se afirma de forma mais precoce, exponenciada pelo agravamento das condições de trabalho e pela falta do reconhecimento que os professores merecem.
Enquanto professor e investigador, que ideias poderias partilhar com sujeitos em formação, ideias que, no teu entender, são pertinentes para o futuro desses sujeitos?
Desde logo, na esteira de Yuval Harari (2018), a ideia de que a maior certeza dos tempos futuros é a incerteza. Daí a importância da educação, da formação e da investigação, nutrientes essenciais do enriquecimento cognitivo, mas também do fortalecimento das competências socio-emocionais que hoje se configuram tão importantes na relação com os outros. Importa lembrar que entrámos numa era que nos compele a uma constante atualização cultural, a desenvolver o nosso pensamento crítico, a aperfeiçoar as nossas competências linguísticas e comunicativas e a ampliar as nossas destrezas tecnológicas. No fundo, um conjunto de capacidades e competências indispensáveis para nos lançarmos em novas e estimulantes experiências pessoais e profissionais e para construir um futuro mais aprazível para todos.