Composição do Júri:
Presidente:
Doutor Nelson Manuel Viana da Silva Lima, Professor Catedrático do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação da Universidade do Minho.
Vogais:
Doutora Ana Paula Loução Martins, Professora Associada do Departamento de Psicologia da Educação e Educação Especial do Instituto de Educação da Universidade do Minho;
Doutora Anabela Cruz dos Santos, Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Educação e Educação Especial do Instituto de Educação da Universidade do Minho (orientadora);
Doutora Etelvina do Rosário Silva Lima, Professora Adjunta do Departamento de Ciências e Tecnologias da Saúde da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria;
Doutor Wolney Gomes Almeida, Professor Titular do Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus-Bahia, Brasil;
Doutor Geraldo Eustáquio Moreira, Professor Adjunto do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Brasil.
Resumo: Este estudo objetiva analisar as percepções de Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais/Língua Portuguesa (TILSP) quanto à atuação durante o ensino remoto emergencial e os entraves vivenciados durante o processo tradutório e interpretativo das aulas de Matemática. Para alcançar esse objetivo, a pesquisa foi dividida em dois estudos. O Estudo 1 consiste numa pesquisa quantitativa em que se objetiva analisar as percepções de TILSP sobre a atuação no ensino remoto emergencial no Brasil. Foi construído um questionário que foi distribuído online por meio da plataforma Google Forms. Este questionário serviu como preâmbulo para explorar o campo de estudo e as percepções gerais dos TILSP. A amostra integrou 58 participantes, no qual estiveram representantes das regiões norte, nordeste, sudeste e centro-oeste do Brasil. Os resultados evidenciaram que, apesar dos dispositivos legais que amparam e legitimam a atuação dos TILSP, ainda existem entraves no reconhecimento institucional e na formação desses profissionais. Além disso, o ambiente de atuação foi substancialmente transformado e as plataformas digitais demonstraram limitações consideráveis na promoção da acessibilidade linguística que condicionaram o processo tradutório e interpretativo. O Estudo 2 consiste numa pesquisa qualitativa que objetiva analisar as percepções de TILSP quanto à atuação no ensino remoto tendo como referencial o processo de transposição intermodal das aulas de Matemática. Optou-se pela elaboração de uma entrevista semiestruturada, realizada com seis TILSP atuantes nas escolas estaduais no município de Belo Horizonte, Minas Gerais. Para o tratamento dos dados, adotou-se a Análise de Conteúdo (AC) para codificação, categorização e análise das Percepções dos participantes. Os resultados demonstraram que a atuação das TILSP no ensino remoto foi marcada por desafios relacionados à adaptação tecnológica, à falta de acessibilidade nas plataformas, à confusão de papéis atribuídos aos TILSP, à ausência de revezamento entre TILSP e às intercorrências externas, refletindo diretamente na qualidade do trabalho e na acessibilidade dos estudantes surdos. No entanto, as intérpretes adotaram diversas estratégias para dirimir esses entraves, como a negociação de sinais, o uso da datilologia e a explicação conceitual, para mitigar essas dificuldades e garantir a compreensão dos estudantes surdos. A investigação evidenciou que a valorização e o (re)conhecimento dos TILSP são cruciais para garantir que a educação inclusiva para alunos surdos seja efetiva e de qualidade.
Palavras-chave: Educação de Surdos; Educação Inclusiva; Ensino remoto emergencial; Libra; Processo tradutório e interpretativo.