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Provas de Doutoramento em Ciências da Educação, especialidade de Educação Matemática Voltar

segunda-feira, 31/03/2025    Instituto de Educação, Universidade do Minho
Realizam-se no dia 31 de março de 2025 (segunda-feira), pelas 10h, as Provas de Doutoramento em Ciências da Educação, especialidade de Educação Matemática, requeridas pelo Mestre Alice Patrícia Lopes Faro e Santos.
Título da tese: "A modelação matemática e a justiça social na aprendizagem de funções de alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico”.
Composição do júri:
Presidente:
Doutora Laurinda Sousa Ferreira Leite, Professora Catedrática do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação da Universidade do Minho

Vogais:

Doutor Pedro Manuel Baptista Palhares, Professor Associado com Agregação do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação da Universidade do Minho;

Doutora Susana Paula Graça Carreira, Professora Associada da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve;

Doutora Ana Paula Florêncio Aires, Professora Associada do Departamento de Matemática da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;

Doutora Maria Alexandra Oliveira Gomes, Professora Auxiliar do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação da Universidade do Minho;

Doutor Floriano Augusto Veiga Viseu, Professor Auxiliar do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação da Universidade do Minho (orientador).

Resumo:
Posicionar a Matemática como uma ferramenta disponível aos alunos para que, com ela, sejam capazes, como futuros cidadãos, de entender e agir sobre as desigualdades sociais e, simultaneamente, conectá-la à realidade para fortalecer a sua compreensão é um duplo desafio da educação matemática. Neste sentido, explorar nas salas de aula tarefas de modelação, cujos contextos incidam em fenómenos sociais, é contribuir para uma escola justa, que deixe de perpetuar a disciplina de Matemática como um fator determinante de insucesso e exclusão escolar. Este estudo visa averiguar o contributo da modelação matemática e da justiça social na aprendizagem de funções de alunos do 3.º Ciclo do Ensino Básico. Na concretização deste objetivo, procura-se responder aos seguintes objetivos específicos: enquadrar as expetativas dos alunos para a aprendizagem de funções através de tarefas de modelação sobre fenómenos sociais, face à cultura da escola; identificar as atividades dos alunos na resolução de tarefas de modelação, com foco na justiça social, na aprendizagem de funções; e verificar como os alunos valorizam as tarefas de modelação contextualizadas por situações de justiça social na aprendizagem de funções. Princípios axiológicos de justiça, pedagogia crítica, educação matemática para a justiça social e modelação matemática constituem os domínios da sustentação teórica deste estudo. Atendendo à natureza do objetivo geral do estudo, adotou-se uma metodologia de índole qualitativa e interpretativa, com um design de estudo de caso, relativo a duas turmas, uma de 8.º ano e uma de 9.º ano, de escolas distintas da rede pública de ensino, da região sul do país. Participaram nesta investigação, para além dos alunos, os diretores dos agrupamentos dessas escolas, os professores do grupo de Matemática e as docentes de Matemática de cada uma das turmas. Os dados foram recolhidos através da observação e de gravações áudio e vídeo de aulas, de entrevistas, das produções dos alunos, bem como de documentos relevantes que fazem parte das escolas, assim como notas de campo da investigadora. Tais dados foram sujeitos a uma análise de conteúdo. Os resultados mostram que, para os alunos, o principal impulso motivacional à frequência escolar é de raiz social, assim como o grau de interesse às experiências escolares é determinado pelo aspeto relacional. Enquanto um grupo de alunos deposita a esperança num futuro promissor através da meritocracia, o outro valoriza o tempo presente, reconhecendo nos recursos físicos e humanos os benefícios da escola que frequentam. Transversalmente, os alunos selecionam o par exercícioproblema como as tarefas associadas à aprendizagem da Matemática, posicionando-a e, em especial, ao tópico de funções, desconectados da realidade. Estes alunos valorizam a disciplina pelo impacto que terá para os seus futuros e aceitam o insucesso que demonstra, assente no status quo de um ensino da Matemática que seleciona e estratifica. No âmbito das atividades dos alunos na resolução de tarefas de modelação, com foco na justiça social, os alunos executam as tarefas de modo holístico e atomístico. Compreender e simplificar a tarefa são atividades implícitas que os alunos desenvolveram em grupo, de autonomia variável consoante as dificuldades. A definição do modelo é uma atividade de modelação explícita, que deixa transparecer alguns obstáculos que são minimizados com a intervenção das respetivas docentes. A atividade de trabalhar com o modelo revelou-se a mais aproximada ao modo de trabalho que os alunos têm por hábito realizar. Na atividade de interpretação dos resultados houve diferentes manifestações do conhecimento reflexivo. A validação do modelo foi uma atividade que, para muitos alunos, se revelou uma barreira. Outras atividades em que os alunos se envolveram foram a leitura crítica dos dados, trabalhar em grupo, desenvolver a autonomia e o estabelecimento de discussões verbais. Os principais contributos que os alunos destacam na resolução das tarefas de modelação sobre fenómenos sociais são a visibilidade da aplicação dos conteúdos de funções à realidade, o espaço dado à promoção da autonomia e a ação dialógica em que se envolveram. Para esta opinião, influenciaram, de forma simbiótica, o desenvolvimento da consciência sociopolítica e a mobilização das experiências socioculturais dos alunos. Como consequência do cruzamento das funções com a realidade e as interações verbais, as narrativas indicam uma reconfiguração da perceção dos alunos relativamente à utilidade das funções.


Palavras-chave:
Alunos do 3.º Ciclo do Ensino Básico; aprendizagem; funções; justiça social;
modelação Matemática.
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