Composição do Júri:
Presidente:
Doutor Nelson Manuel Viana da Silva Lima, Professor Catedrático do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação da Universidade do Minho.
Vogais:
Doutora Maria Helena Gonçalves Leal Vieira, Professora Associada do Departamento de Teoria da Educação e Educação Artística e Física do Instituto de Educação da Universidade do Minho (orientadora);
Doutor António José Pacheco Ribeiro, Professor Auxiliar do Departamento de Teoria da Educação e Educação Artística e Física do Instituto de Educação da Universidade do Minho;
Doutora Janete da Conceição Soares da Costa Ruiz, Professora Convidada Equiparada a Professora Auxiliar do Departamento de Música da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da Universidade do Minho;
Doutor Carlos Alberto dos Santos Almeida, Professor Equiparado a Professor Adjunto da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo;
Doutora Cláudia Ribeiro Bellochio, Professora Titular do Centro de Educação do Departamento de Metodologia do Ensino da Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.
Resumo: As instituições de educação infantil (IEI) que atendem crianças entre os 0 e os 5 anos de idade estão a tornar-se, cada vez mais, um campo de ação para os professores especialistas de música (PEM). Esta realidade não tem visibilidade na literatura. Assim, este estudo buscou investigar como se dá a presença de PEM nas IEI nos casos de Portugal e do Brasil, e quais as contribuições destes
profissionais para a experiência musical e formação das crianças. Os objetivos do estudo foram: mapear a presença de PEM nas IEI nos dois casos estudados; descrever o perfil das IEI e dos PEM atuantes; compreender a concepção dos participantes sobre os PEM e a sobre a sua formação profissional; descrever e avaliar as atividades e as contribuições dos PEM para a experiência musical e formação das crianças. Foi desenvolvido um Estudo de Caso Múltiplo de abordagem mista, envolvendo PEM e representantes das IEI em Portugal e no Brasil. Os resultados indicam que: a presença de PEM é uma realidade significativa no território dos dois países, quer em IEI públicas, quer privadas, podendo chegar a ser três vezes maior nestas últimas; os PEM têm sobretudo formação superior em música, com maior prevalência no Brasil; o vínculo laboral predominante é o de trabalhador independente em Portugal e o de contrato efetivo/tempo indeterminado no Brasil; os PEM brasileiros estão mais integrados nas atribuições das IEI (reuniões, planejamento, avaliações) e os PEM portugueses trabalham mais colaborativamente com as educadoras; as atividades com PEM são semanais, de 30 a 60 minutos, e oferecidas ora de forma integrada, ora opcional em ambos os países; o acesso às atividades com PEM, contudo, não é garantido com equidade em nenhum dos países; os PEM são conceptualizados sobretudo pelas suas características pessoais e pela sua formação musical específica; os participantes reforçam a importância da música na educação de crianças dos 0 aos 5 anos e da atuação mais profunda, especializada e integral dos PEM, proporcionando o acesso a uma variedade de instrumentos musicais, a atividades com intencionalidade e objetivos musicais, e a uma experiência musical mais sólida, diversificada e qualificada; finalmente os participantes defendem a necessidade de os PEM virem a ter uma formação profissional, musical e pedagógica, especificamente adequada a esta faixa etária.
Palavras-chave: creche e jardim de infância; educação infantil; educação musical; professor especialista de música.