sexta-feira, 12/12/2025
Instituto de Educação, Universidade do Minho
Realizam-se no dia 12 de dezembro
de 2025 (sexta-feira), pelas 10h,
as Provas de Doutoramento em Ciências da Educação, especialidade
de Desenvolvimento Curricular, requeridas pela Mestre Carla Alexandra Moreira Teixeira Alves de Moura.
Título da tese: “A efetividade da avaliação
formativa no desempenho dos alunos nas provas de avaliação externa: Um estudo
sobre as representações dos professores”.
Composição do júri:
Presidente:
Doutora Laurinda Sousa Ferreira
Leite, Professora Catedrática do Departamento de
Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação
da Universidade do Minho
Vogais:
Doutor Rui
Eduardo Trindade Fernandes, Professor Associado com agregação da Faculdade de
Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto;
Doutora
Maria Assunção Flores Fernandes, Professora Associada com Agregação do
Departamento de Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa do Instituto de
Educação da Universidade do Minho;
Doutora
Maria Palmira Carlos Alves, Professora Associada Aposentada do Departamento de
Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa do Instituto de Educação da
Universidade do Minho (orientadora);
Doutora
Isabel Maria Torre Carvalho Viana, Professora Auxiliar do Departamento de
Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa do Instituto de Educação da
Universidade do Minho;
Doutora
Sandra Raquel Gonçalves Fernandes, Professora Associada do Departamento de
Psicologia e Educação da Universidade Portucalense.
Resumo: Em Portugal, a
política educativa visa garantir a igualdade de acesso à escola pública e
promover o sucesso educativo e a igualdade de oportunidades. A legislação
estabelece que a avaliação, sustentada por uma dimensão formativa, é parte
integrante do ensino e da aprendizagem. A literatura sugere que a implementação
de práticas de avaliação formativa tem um impacto positivo na aprendizagem dos
alunos, melhorando o seu desempenho tanto na avaliação interna como na
avaliação externa. Este pressuposto deu origem à nossa problemática de
investigação: quais as representações dos professores sobre a efetividade da
implementação da avaliação formativa nos resultados obtidos pelos alunos nas
provas de avaliação externa? Adotamos uma abordagem de natureza qualitativa,
tendo os dados sido recolhidos através de inquérito por entrevista
semiestruturada. Foram entrevistados docentes (n=14) que lecionaram as cinco
disciplinas às quais mais alunos realizaram o exame final nacional na primeira
fase, no ano letivo de 2022/2023, coordenadores de departamento curricular
(n=6) e diretores de agrupamentos de escolas /escolas não agrupadas (n=3). Na
codificação dos dados, foi usada a ferramenta MAXQDA (24.6–10) e,
posteriormente, a análise dos dados foi feita com recurso à análise de
conteúdo. Os resultados revelam que os professores consideram a avaliação
formativa um processo contínuo, sistemático, informal e natural que visa: a
(auto)regulação das aprendizagens; a diversificação de procedimentos, técnicas
e instrumentos de avaliação; a articulação com a avaliação sumativa; a
diferenciação de meios e materiais de aprendizagem; e a classificação das
aprendizagens. Para os participantes, a implementação da avaliação formativa
apresenta mais vantagens do que desvantagens. As vantagens prendem-se com a
concretização de aprendizagens, a possibilidade de os alunos errarem sem serem
penalizados, a orientação escolar e vocacional e a transparência. As
desvantagens, associadas a dificuldades, prendem-se com o tempo e o trabalho
adicionais necessários à implementação eficaz da avaliação formativa e, também,
com a falta de formação contínua neste domínio. Para colmatar estas
dificuldades, os professores diminuem a frequência da avaliação formativa,
selecionam um número limitado de alunos, por turma e aula, e não fazem
registos. No que diz respeito às estratégias de desenvolvimento curricular, os
professores privilegiam a autoavaliação e a distribuição de feedback,
seguindo-se a partilha e a clarificação de critérios de sucesso e de objetivos
de aprendizagem e, embora residual, a avaliação pelos pares. No desenvolvimento
de trabalho colaborativo, os professores privilegiam os colegas que lecionam as
mesmas disciplinas e os mesmos anos de escolaridade, ainda que também trabalhem
colaborativamente com outros colegas que pertencem aos mesmos departamentos
curriculares e conselhos de turma. A realização de formação contínua, no âmbito
do Projeto de Monitorização, Acompanhamento e Investigação em Avaliação
Pedagógica, permitiu que os professores desenvolvessem conhecimentos,
capacidades e atitudes relacionadas com a avaliação pedagógica. Quando lecionam
disciplinas sujeitas a provas de avaliação externa, os professores ensinam e
avaliam visando que os seus alunos obtenham os melhores resultados possíveis
nestas provas. Apesar disto, a maioria tem por referência todos os documentos
curriculares. Os resultados revelam, ainda, que os professores consideram que a
avaliação formativa tem um impacto positivo no desempenho dos alunos,
melhorando os seus resultados, quer na avaliação interna das aprendizagens quer
na externa.
Palavras-chave: avaliação formativa; avaliação externa das aprendizagens; avaliação
interna das aprendizagens; efetividade; provas de avaliação externa.
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