Ignorar Comandos do Friso
Saltar para o conteúdo principal

 Maria Beatriz Ferreira Leite de Oliveira Pereira

​​​​​ 
​Beatriz Pereira​ - Diretora do DTEEAF
abril  de 2020 | Ricardo Ribeiro

660_420_Fotos_BeatrizPereira.jpgProfessora Catedrática, Diretora do Departamento de Teoria da Educação, Educação Artística e Física (DTEEAF) e investigadora do Centro de Investigação em Estudos da Criança ​(CIEC) do Instituto de Educação da Universidade do Minho

Quais os projetos em se encontra envolvida?
Projetos pedagógicos, Orientação de teses e lecionação no programa de Doutoramento em Estudos da Criança, em mestrados e licenciaturas (UC Desporto e Saúde envolve cerca de 12 licenciaturas).

E projetos de investigação sobre o bullying e sobre a Atividade Física e Saúde em Estudos da Criança. Também dediquei muito tempo ao estudo do jogo e lazer das crianças. Um dos últimos foi a Atividade Física em grávidas (Barriguinhas Desportistas) com a Câmara Municipal de Guimarães e com o Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães.​


O que mais a fascina nesses projetos?  Enquanto professora e investigadora​, que ideias poderia partilhar com sujeitos em formação, ideias que, no seu entender, são pertinentes para o futuro dessas pessoas?​
Temos uma rede ampla e a minha maior satisfação é ver que essa rede se prolonga para além deste período e vários continuaram a cooperar já depois do doutoramento concluído, continuam a trabalhar em rede, o que me dá uma grande satisfação. Nada melhor para mim que ver os doutorandos que orientei a produzir, a crescer e a atingir posições de destaque.

Não se trata do t
rabalho de um ano, mas sim de muitos anos que estão a dar frutos! A capacidade de atenção e gestão dos doutorandos, a preocupação em apoiá-los através de reuniões regulares, e-mail ou WhatsApp em grupo, ajuda a resolver alguns problemas complexos para eles, com o quais iriam gastar muito tempo e, ainda, são estimulados a s​eguir em frente, procurando contribuir para o percurso individual no momento em que eles precisam desse apoio. ​

É importante criar redes de cooperação em que cada um contribui para o grupo e sobretudo em que os doutorandos e pós doutorandos se entreajudam, fazem formação, fazem recolha de dados e fazem produção científica em equipa.
O grupo de investigação informal "Seminário de Investigação em Atividade Física e Saúde" faz parte das nossas rotinas, reúne semanalmente e, essas reuniões de grupo permitem que os doutorandos de todos os anos e os pós-doc se conheçam e é um espaço onde apresentem trabalhos para serem discutidos por todos. Partilhamos ainda a participação em congressos, são apresentadas as teses antes da apresentação formal e também existe um momento de orientação partilhada, todos são orientadores. Desenvolve-se um espírito de interajuda e apoio. Todos os convites que recebo para elaborar artigos e capítulos de livros são partilhados com os estudantes ou já doutores de maior proximidade ao tema que envolvendo o grupo.

Foram 22 os doutorandos que orientei e, diria que a quase totalidade, os que estão a iniciar as suas carreiras, os que estão com carreiras consolidadas e os que já se aposentaram, continuamos a interagir sob o ponto de vista profissional mas também pessoal. Tenho(tive) doutorandos ou doutores de quatro continentes ainda que sejam maioritariamente portugueses e brasileiros.




​ 
​A Professora tem escrito alguns artigos sobre o ​envelhecimento do corpo docente. Qual a sua visão​ para os próximos 5, 6 anos.?​
A Europa está envelhecida, Portugal é um país com baixa natalidade. As escolas, desde o pré-escolar até ao ensino superior viram decrescer o seu número de alunos sobretudo pelo trabalho a tempo integral da mulher e as reduzidas condições de apoio à maternidade. 

O corpo docente do Instituto de Educação não tem contratado docentes e por isso estamos perante um duplo problema. Os projetos novos não podem avançar porque não há docentes novos que os "agarrem" e os desenvolvam e, consequentemente o corpo docente atual está envelhecido.

Os docentes estão tão sobrecarregados (múltiplas funções e aprendizagens constantes, novas exigências todos os dias) que lhes falta tempo e energia para iniciarem novos projetos. Felizmente, mediante esta epidemia do Covid-19 o corpo médico é bem mais jovem que o corpo dos docentes de Educação ou teria sido a tragédia total! Com um corpo docente como o nosso, provavelmente muitos não resistiriam. Ainda bem que todos os anos há entrada de novos médicos e enfermeiros e outros técnicos da saúde no Serviço Nacional de Saúde.
Os docentes aposentam-se e não são substituídos pelo que há cursos que precisam de contratar docentes para algumas especialidades, sem as quais o curso não poderá funcionar mas não se pode contratar. 
O Ensino Superior é um espaço de especialistas e, sendo assim, porque é que não deve ter como objetivo a contratação de docentes para as especialidades em falta, para lecionar UC específicas e que fizessem também investigação nessas áreas? A contratação de especialista (vários especialistas a tempo parcial) colmataria algumas lacunas e melhoraria a qualidade do ensino e evitaria o encerramento de cursos. Seria fácil resolver? Não, mas o caminho seria da conquista de especialistas. 
A Medicina é um bom exemplo, os docentes de carreira são essenciais mas há espaço para os docentes especialistas. 
Hoje em Portugal, temos muitos doutores que poderiam colaborar com a Universidade que poderiam trazer novos conhecimentos e maior articulação com o contexto de outras instituições, o conhecimento das necessidades "o tecido empresarial". São algumas ideias, muito pessoais, uma olhar muito limitado sobre o problema do envelhecimento na formação de professores. 
​  ​

​B.D. (Bilhete Digital)​

Um livro – "Dar e receber", "Os transparentes"
Um filme – "Voando sobre um Ninho de Cucos"
Banda Favorita – Madre Deus, Rodrigo Leão
Passatempo – Ski, Stand up Paddle
Um sítio – Gerês​
Um momento – Aquele em que estou com o neto...
Inspiração – Pai e Mãe



​​​​​