O que mais te fascina nesses projetos?
A possibilidade de contribuir para aprofundar a reflexividade no modo de pensar e praticar o trabalho educativo, de contribuir para desvelar algumas das “prisões psíquicas” e teias cognitivas que nos impedem de ver outros sentidos de futuro, e, acima de tudo, poder pugnar pelo reconhecimento universal da Educação como um direito humano fundamental.
Enquanto professor e investigador, que ideias poderias partilhar com sujeitos em formação, ideias que, no teu entender, são pertinentes para o futuro desses sujeitos?
É através da Educação, como defende Vitor Paro, que o homem se constrói como “personalidade humano-histórica”. Nesse processo, a aquisição de novos conhecimentos e competências técnicas é seguramente importante. Contudo, como defende o mesmo autor, a formação do “ser humano-histórico em seu sentido pleno” nunca pode dispensar as dimensões estéticas, éticas e filosóficas. Acresce ainda que, independentemente das futuras inscrições profissionais dos sujeitos em formação, e considerando que a Educação constitui um empreendimento permanente, o desenvolvimento de competências e de disposições de (e para) a aprendizagem constitui um requisito fundamental para a sua emancipação. Neste processo, exercitar a “dúvida metódica” e ensaiar o papel de bricoleur nas artes investigativas permitir-lhes-á superar a condição de “recolectores”, assumindo o novo estatuto de produtores do conhecimento que consomem.