Manuel Vilaça ©
O que mais te fascina nesses projetos?
Em qualquer destes projetos o que me mobiliza é a possibilidade muito real de ir mais longe na compreensão das realidades educativas portuguesas, e europeias. Porque estes projetos, de modos e com interlocutores específicos, abrem oportunidades: de suscitar questões, de procura conjunta e debate, de lançar luz sobre outros ângulos do que julgamos conhecer. Ou de observar mais de perto conceções, práticas ou contextos de educação e de vidas que mudam tanto em certas vertentes e se mantêm tão idênticos noutras, em combinações que é difícil entender, mas são o próprio objeto do nosso trabalho de todos os dias.Os projetos de investigação EduPlaces e Educação 3D, com opções metodológicas e interrogações diferentes, mas comunicantes, partilham objetivos que apontam para descrever e compreender políticas, processos e práticas em curso em contextos concretos de ação educativa suscetíveis de sustentar, ou dificultar, a participação de todas as crianças e jovens na aprendizagem e na escola.
O conhecimento específico das realidades socioeducacionais portuguesas, que por estas vias se procura construir e confrontar, sustenta os projetos de ensino e de interação com a sociedade e também deles se alimenta. O horizonte de favorecer condições e práticas reflexivas na ação pedagógica dos profissionais faz parte do compromisso político-pedagógico que percorre estes projetos.
Manuel Vilaça ©
Enquanto professora e investigadora, que ideias poderias partilhar com sujeitos em formação, ideias que, no teu entender, são pertinentes para o futuro desses sujeitos?
Talvez possa dizer que, nas várias décadas que levo de professora e investigadora, sempre valeu a pena insistir em compreender e debater o que está a acontecer no mundo da educação: ouvindo as pessoas que estão nas situações e estudando estas de ângulos diversos; procurando aprender e acompanhar como outros veem e refletem o que queremos entender. E aproveitando e cruzando vários ‘postos’ de observação: o que consta nas estatísticas, o que dizem os textos oficiais, as opções dos decisores e o que querem, fazem e dizem os sujeitos da interação educativa.