Ignorar Comandos do Friso
Saltar para o conteúdo principal

 Projetos de interação com a Sociedade do IE UMinho em tempos de COVID-19

​​​​​ 
Projeto Rede @proximar - Projeto de Apoio à População Idosa
julho  de 2020 

660_420_Fotos_Newsletter__PORTAL_IE2018_Conceicao.jpg
MARIA da CONCEIÇÃO  ANTUNES
Diretora do Mestrado em Educação
Coordenadora do Projeto Rede @proximar

Maria da Conceição Pinto Antunes, é Doutorada em Educação na área de conhecimento de Filosofia da Educação, pela Universidade do Minho e Diretora do Mestrado em Educação. Possui várias publicações, livros, capítulos de livros e artigos e orientou vários trabalhos de natureza académica ao nível de mestrado e doutoramento. Os seus interesses ao nível da investigação e intervenção centram-se nas problemáticas da Educação ao Longo da Vida e, de um modo particular, naquelas que concernem à educação de adultos e idosos, educação para a saúde e intervenção comunitária, temas sobre os quais versam as suas publicações.

Pode falar-nos um pouco do projeto Rede @proximar?  Como começou?  Quais as suas finalidades?  E público-alvo?
O projeto surge de um desafio lançado pelo Sr. Reitor às Escolas e Institutos da Universidade do Minho para que, no âmbito da especialidade da área científica que lhes é afeta, desenvolvessem um serviço de apoio à comunidade face à situação pandémica da Covid 19.
Importa referir que a equipa do projeto é constituída por alunos e estagiários desta área de especialização.    

No caso vertente, o projeto Rede @proximar dirige-se, de uma forma particular, à população idosa e sustenta-se nos conhecimentos e experiências que, no âmbito do Mestrado em Educação na área de especialização em Educação de Adultos e Intervenção Comunitária, fomos adquirindo na área do envelhecimento e velhice, dado que, há já bastante tempo, os estudantes optam, cada vez mais, por estagiar e desenvolver funções profissionais com esta franja populacional. 
Rede Aproximar é um projeto de intervenção socioeducativa e comunitária cujo objetivo é amenizar o isolamento e solidão da população idosa agravada com a situação de pandemia, desenvolvido através de uma plataforma digital de atividades (Facebook)  que procura simultaneamente transformar os tempos livres dos idosos em contexto domiciliário ou institucional numa oportunidade de melhorar a saúde e o bem-estar, o funcionamento físico e cognitivo e enriquecer a rede de relacionamento interpessoal e interação social. Neste sentido, o projeto está orientado  para a intervenção em quatro áreas essenciais à promoção do envelhecimento bem-sucedido: I)estimulação cognitiva, II) estimulação motora, III) cultura, arte e tradição e IV) educação ao longo da vida.


O que mais a fascina nesse projeto?
Em primeiro lugar, a possibilidade de trabalhar verdadeira e efetivamente a educação na sua aceção de um processo permanente e comunitário, colocando-a ao serviço das pessoas ou de uma das franjas populacionais que mais dela necessitam para poderem prosseguir e melhorar o seu processo de desenvolvimento humano.

Em segundo lugar, a convicção que fui construindo, não só a partir da investigação teórica mas também dos resultados de dezenas de intervenções educativas desenvolvidas nesta área, de que realmente a intervenção educativa é o fator determinante para um envelhecimento e velhice bem-sucedidos. Esta visão ganha com este projeto um outro significado na medida em que torna possível chegar e colocar a educação ao serviço de muitas mais pessoas.

Em terceiro lugar, a coordenação deste projeto tem constituído um verdadeiro desafio: por um lado, é uma intervenção com recurso exclusivo às TIC  que quebra com o modelo presencial com o qual estamos familiarizados e que exige, a par do conhecimento profundo das questões da Educação e do envelhecimento, um forte investimento no desenvolvimento de competências técnicas e tecnológicas assim como transversais, nomeadamente trabalho de equipa, dinâmica de grupo, liderança, etc.  Por todos estes motivos, está a revelar-se uma fonte muito rica em termos de investigação, inovação e criatividade em educação.


660_420_Fotos_Newsletter__PORTAL_IE2018_RedeAproximar_1.jpg​ ​
Enquanto professora e investigadora, que relevância encontra neste projeto para o desenvolvimento da missão do IE? 
O projeto Rede @proximar pode vir a adquirir uma relevância muito significativa no âmbito da missão que o Instituto de Educação. Tem ao nível do desenvolvimento de projetos de interação com a sociedade e a produção e divulgação científica na área do conhecimento da educação e domínios afins que visam a satisfação de necessidades e interesses da comunidade promovendo a capacitação, o desenvolvimento e o bem-estar individual e coletivo. Esta perceção baseia-se, por exemplo, na grande recetividade que o projeto teve em termos de meios de comunicação social (jornais, rádios e televisão) e, também, na adesão muito significativa de participantes que o projeto  conseguiu atrair em apenas três meses de implementação, quer a título individual, quer no âmbito de Instituições que dinamizam atividades a partir das publicações do projeto.

A experiência de um projeto inovador como este, não obstante o facto de colocar muitos desafios, tem sido em termos pessoais e profissionais excelente ao nível de aquisição de novos conhecimentos, da experiência de trabalho de equipa, de colaboração, de criatividade, de inovação em educação e muito gratificante, também, em termos de recetividade por parte da população a que se destina pois, apesar de ser muito recente, o projeto conta já com cerca de 1800 seguidores.



​B.D. (Bilhete Digital)​
Um livro – Ética para o novo milénio de Dalai-Lama
Um filme – O Advogado do Diabo
Uma​ figura – Nelson Mandela
Passatempo – Natação e Jardinagem
Um sítio – Açores
Especialidade Culinária – Cabrito Assado à moda do Minho
Um momento – ... os momentos em família
Inspiração – O Mar


​​​​​​

​​​​​ 
Ensino e Avaliação a Distância em Tempos de COVID-19 no Ensino Básico e no Ensino Secundário
julho  de 2020 

660_420_Fotos_Newsletter__PORTAL_IE2018_OSORIO1.jpg
ANTÓNIO  OSÓRIO
Coordenador do Centro de Competência TIC da Universidade do Minho 

António José Menezes Osório, Professor Associado, com Agregação, da Universidade do Minho, membro do Departamento de Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa do Instituto de Educação e investigador do Centro de Investigação em Educação, no grupo de investigação em Tecnologias, Multiliteracias e Curriculum. Foi professor de Biologia e Geologia nos Ensinos Básico e Secundário e, como colaborador do Projeto MINERVA, participou, com a orientação do Professor Altamiro Machado, em atividades de investigação e desenvolvimento no âmbito do Projeto Lethes/Peneda-Gerês, tendo em vista a dinamização de uma rede telemática envolvendo as escolas das povoações do único Parque Nacional em Portugal. Realizou estudos conducentes ao doutoramento em telemática educacional na Universidade de Exeter, no Reino Unido, tendo sido supervisionado pelos Professores Niki Davis e Martin Hughes. Prestou provas de agregação em Ciências da Educação, na especialidade de Tecnologia Educativa, na Universidade do Minho. Tem experiência docente na formação inicial e contínua de educadores e professores e experiência de investigação em telemática educacional, além de coordenar vários projetos de investigação, nacionais e internacionais, no âmbito da Tecnologia Educativa ou das Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação. É, também, diretor de ciclos de estudos a nível de mestrado e orientador de diversos projetos de mestrado e doutoramento, nessas áreas de especialização.

660_420_Fotos_Newsletter__PORTAL_IE2018_OSORIO3.jpg

Fale-nos  um pouco dos projetos que o CCTIC-UM está a desenvolver no apoio às escolas e em parceria com a DGE em tempos COVID-19?
Em Portugal, sob o lema governamental “Não paramos. Estamos ON” foram tomadas medidas diversas, incluindo no setor educativo, para o qual foi providenciado um “conjunto de recursos para apoiar as escolas na utilização de metodologias de ensino a distância que lhes permit[issem] dar continuidade aos processos de ensino e aprendizagem” (do site da Direção Geral da Educação).
E na Universidade do Minho, que, no Instituto de Educação, acolhe um Centro de Competência TIC (CCTIC), estruturas que, "em estreita colaboração com a ERTE (Equipa de Recursos e Tecnologias Educativas), têm como missão apoiar as escolas na integração curricular das TIC, contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento das competências digitais na educação" (ERTE, 2020), foi imediatamente disponibilizado um serviço para "ajudar os professores a resolver alguns dos problemas mais imediatos relacionados com ensinar e aprender a distância". Sugiro uma visita ao respetivo site, pois pode interessar a qualquer pessoa interessada na educação em geral e na formação de professores, em particular: https://www.nonio.uminho.pt/


O que mais o fascina nesses projetos?
Para usar o verbo que está presente na pergunta, fascina-me o potencial das tecnologias para nos ajudar a resolver problemas repentinos e inesperados, assim como me fascinam as reações das pessoas, tanto quando procuram formas de culpar as tecnologias pelos males da humanidade, como quando procuram encontrar formas de lidar adequada e saudavelmente com os desafios que se nos apresentam.

660_420_Fotos_Newsletter__PORTAL_IE2018_OSORIO2.jpg​ ​
Enquanto professor e investigador, que relevância encontra nesses projetos para o desenvolvimento da missão do IE?​
Toda a relevância, pela exigência, pela novidade, pela complexidade, pela oportunidade, pelas possibilidades de desenvolvimento de investigação e de conceção e implementação de novos projetos de ensino.
​  ​

​B.D. (Bilhete Digital)​
Um livro – A Biblioteca, de Umberto Eco
Um filme – Mary Poppins
Uma​ figura – Thor Heyerdahl
Banda Favorita – Cabeças no Ar
Passatempo – Fazer coisas diferentes de trabalho, relacionadas com livros e com natureza
Um sítio – Parque Nacional Peneda-Gerês
Especialidade Culinária – Arroz com (vestígios de) chouriço, cozinhado em acampamento
Dois momentos – NordJamb 1975 e KISC 2009
Inspiração – Bartolomeu Dias




​​​​​ 
Projeto (Des)Trancadas em Casa: As crianças fintam a COVID-19 
julho  de 2020 

660_420_Fotos_Newsletter__PORTAL_IE2018NataliaF.jpg
NATÁLIA FERNANDES
Coordenadora do Projeto (Des)Trancadas em Casa: As crianças fintam a COVID-19 

Natália Fernandes, Professora Auxiliar, do Departamento de Ciências Sociais da Educação, do Instituto de Educação, Universidade do Minho

Investigadora Interna do Centro de Investigação em Estudos da Crianças, Universidade do Minho. Investigadora no Laboratório Colaborativo ProChild – Against Poverty and Social Exclusion. Vice-Presidente do Instituto de Educação da Universidade do Minho, responsável pelas áreas da Internacionalização e Cooperação e Desenvolvimento. Fundadora e membro da direção da CREAN (Children's Rights European Academic Network). Coordena o Centro de Recursos para a Cooperação e Dsesenvolvimento, do IE-UMinho no âmbito do qual se têm vindo a desenvolver alguns programas de cooperação com países Lusófonos, nomeadamente Guiné-Bissau  e Timor Leste. Coordenadora do Projeto de extensão universitária "(DES)Trancadas em casa: as crianças fintam a COVID-19.

660_420_Fotos_Newsletter__PORTAL_IE2018_DESTrancadas.jpg
Fale-nos um pouco do projeto (Des)Trancadas em casa? Como começou? Quais as suas finalidades? E público-alvo?
O projeto (DES)trancadas em casa surgiu no início do período de confinamento e pela constatação da proliferação de muitos grupos de (auto)ajuda para as famílias com crianças, nas redes sociais portuguesas, dirigidos a adultos: pais, encarregados de educação, professores e educadores, com o objetivo de os auxiliar a manterem as crianças serenas e quietas. Era visível a forma, como neste processo, as vozes das crianças e jovens eram silenciadas, em nome do seu melhor interesse, bem certo, mas apresentadas como alguém que tem de ser contido e regulado e não como alguém que tem uma parte ativa no difícil momento que se vivia e ainda vive.
Perante a situação que então se colocava, um grupo de docentes e investigadores do IE-UMinho[1], com o objetivo de apoiar a efetivação dos direitos da criança e contrariar imagens de criança passiva e afónica, chegou ao entendimento de que seria de crucial importância escutar as crianças através das suas próprias "linguagens" digitais (vídeo, áudio, imagem, etc.). Esta escuta assumia-se como um imperativo epistemológico de uma escola que se distingue pelo trabalho realizado a partir da área dos estudos da criança. Saber junto das crianças o modo como estariam a passar os seus dias com a família e os amigos, sobre o que pensam e sentem, questionam, sobre o que fazem ou gostariam de fazer, entre outros aspetos, foi a nossa linha de orientação. Decidimos, então, criar uma interface digital on-line que permitisse acolher as vozes das crianças e divulgar as suas vivências, ao mesmo tempo que colaborasse com os pais e os profissionais de educação na organização de estratégias promotoras do bem-estar das famílias, mas que, sobretudo, respeitasse as crianças na sua essência de sujeitos ativos de direitos.

O público alvo são as crianças até aos 12 anos. São também as suas famílias e profissionais de educação.




O que mais a fascina nesse projeto?
São vários os fascínios!

O primeiro fascínio decorre da possibilidade de poder desocultar as vozes das crianças, de afirmar a importância de que se reveste o que elas têm a dizer-nos sobre os impactos da COVID-19 nos seus mundos de vida, de poder apresentá-las como sujeitos ativos de direitos.

O segundo tem a ver com a comunidade docente - De uma equipa reduzida de 2 ou 3 elementos, esta comunidade foi crescendo com a participação entusiasta de colegas de todos os departamentos, que se envolviam à volta de uma missão que tinha na base um pressuposto básico: garantir que um número cada vez maior de crianças tivesse a oportunidade de fazer ouvir a sua voz sobre os condicionalismos e as oportunidades deste período de confinamento devido à COVID-19.

O terceiro tem a ver com a comunidade discente – o projeto subsiste, quase em exclusivo, com a participação de alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento, na oferta de atividades síncronas e assíncronas. A adesão de todos ao projeto foi fantástica e qualificou-o de sobremaneira. Este foi, assim, um palco para tornar visível a excelência dos alunos que acolhemos na nossa Casa.

Finalmente, o fascínio de podermos concretizar uma das missões do IE na sua relação com a comunidade alargada e fazê-lo a partir de uma área – os estudos da criança – que é fundacional e identitária desta escola. Dado o seu potencial, a área dos estudos da criança encontrou neste projeto uma porta fantástica para tornar útil o conhecimento científico que tem vindo a ser produzido há mais de 2 décadas, no sentido de valorizar as crianças como sujeitos ativos de direitos.

​ ​
Enquanto professora e investigadora, que relevância encontra nesses projetos para o desenvolvimento da missão do IE?​

Considero que este projeto é muito relevante para o desenvolvimento da missão do IE.

À medida que o projeto se foi desenvolvendo, fomos envolvendo crianças, famílias, docentes, profissionais de áreas bem diversificadas, contando até ao momento com mais de 6000 visitantes e a participação de mais de 130 famílias portuguesas e brasileiras nas diferentes atividades, que vão sendo semanalmente propostas. O projeto foi-se espalhando para outras latitudes e através do Instituto Camões, neste momento chega a crianças guineenses e também dos Estados Unidos da América.

Esta é uma porta, na minha opinião, ímpar para podermos rentabilizar toda a expertise que fomos desenvolvendo ao longo das últimas décadas, quer assegurada pela comunidade docente, quer assegurada pela comunidade alumni e afirmar, deste modo, o IE como uma escola que tem uma voz importante na área dos estudos da criança.

[1] Natália Fernandes; Marlene Barra; António Osório; Ana Francisca Azevedo; Mª Teresa Sarmento; Mª Alfredo Moreira; Ana Paula Loução; Ricardo Ribeiro; Ana Tomás de Almeida; Mª Teresa Vilaça

​  ​

​B.D. (Bilhete Digital)​
Um livro – A louca da casa, Rosa Montero
Um filme – Tudo sobre a minha mãe (Pedro Almodovar) / The Green Mile
Uma​ figura – Greta Thunberg, pelo que ela representa enquanto presente (trazendo para o centro a importância de que se reveste a voz dos mais novos) e enquanto futuro (pelo trabalho de denuncia e sensibilização relativamente às questões ambientais, que são fulcrais para a nossa subsistência)
Passatempo – Correr / Caminhar
Um sítio – A montanha - Castro Laboreiro
Especialidade Culinária – Petiscos