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A afirmação da Centralidade da Criança - Helga Cláudia Castro


​Helga Cláudia ​Castr​​​o
   abril de 2019 | Ricardo Ribeiro

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Helga Cláudia Castro, transmontana de origem, mulher, cidadã atenta e comprometida, profissional empenhada e entusiasmada. Jurista, mestre em Serviço Social e doutorada em Estudos da Criança, com especialização em Sociologia da Infância​​. 
Investigadora do Centro de Investigação em Estudos da Criança  (CIEC​) da Universidade do Minho.
​Helga Cláudia Castro
Os trabalhos de investigação desenvolvidos reportam o enfoque e a reflexão sobre a praxis conformada pela regulação, no contexto do modelo de promoção e proteção das crianças e jovens em perigo, bem como sobre a lei na ação, em particular, na jurisdição de família e no que tange ao exercício dos direitos de participação das crianças nos processos judiciais que lhes respeitem. Colabora em parcerias com a Comissão de Proteção de Crianças de Jovens (CPCJ), Instituições Particulares de Segurança Social (IPSS) e outras instituições ao nível da formação, consultoria e supervisão nas áreas da proteção das crianças em perigo, violência doméstica, igualdade de género, direitos das crianças e acolhimento residencial.
Participação em eventos científicos, nacionais e internacionais, versando as áreas de interesse e a apresentação da investigação realizada.​

 
Quais os projetos em que te encontras envolvida?  O que mais te fascina nesses projetos?
Embora envolvida em atividades de natureza muito diversa, destacaria especialmente dois projetos perante o potencial de transformação que, em níveis distintos, naturalmente, incorporam. Um deles associado ao acolhimento residencial de crianças e jovens, centrado na melhoria das boas práticas e numa conceção procedimental mais coerente, competente e transparente, facilitadora na comunicação interna e externa da própria instituição.

​O outro, por sua vez, vocacionado para o acompanha​mento, monitorização e avaliação de um programa que versa a promoção e desenvolvimento do empreendedorismo, da capacidade de liderança e da mobilização dos cidadãos, a partir das ideias das crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos, integradas em contexto educativo - público e/ou privado.

Na realidade, mais do que me fascinar, aquilo que me entusiasma nestes projetos é a oportunidade de contribuir, de participar ou de “ver acontecer” mudança(s), motivadas designadamente: pelo trabalho refletido e amadurecido dos profissionais; pela consciência de que os valores, as emoções, a colaboração e a partilha são dimensões estruturantes, nos mais diversos domínios, e podem ser valorizadas, exploradas e incorporadas nas atitudes e nos comportamentos, promovendo e mobilizando uma cidadania diferenciadora; pela afirmação da centralidade da criança nos processos que lhes respeitem e no próprio processo decisório​.​
660_420_Fotos_Newsletter__HC_1.png Inês Fernandes ©

Enquanto professora e investigadora, que ideias poderias partilhar com sujeitos em formação, ideias que, no teu entender, são pertinentes para o futuro desses sujeitos?​
​Neste percurso académico que vamos todos e sempre construindo parece-me, hoje, particularmente pertinente mobilizarmos e investirmos no pensamento crítico, na articulação e no diálogo de saberes, na estimulação da capacidade criativa, no resgate de valores fundamentais, na recuperação dos laços de solidariedade que se esvaíram perante a híper-responsabilização do indivíduo e a desresponsabilização da sociedade, na fomentação de uma cidadania ativa e em cuidar de intervenções não apenas no domínio estrutural, mas também no simbólico. A partir dos contributos dos estudos da criança, superar o adultismo, resignificar o modo como pensamos as crianças e assumir definitivamente uma dimensão ética na relação que com elas estabelecemos, a qual está para além do desempenho de um qualquer papel institucional ou de formalidades legais a cumprir. Por fim, e uma vez inseridos no IE, não perder o enfoque numa educação orientada para a emancipação e para a cidadania.

​B.D. (Bilhete Digital)​
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Um livro"O pássaro da lua", considerando que este livro, já de páginas amareladas, me tem acompanhado, desde a infância, neste correr do tempo passa. 
Um f​ilmeBom, não sou uma cinéfila desenfreada e, nesse sentido, acabo por me deixar cativar pelas séries. "Fringe" continua a liderar o meu top de preferências. 
Uma figura – ​Alice (Cinha), a minha avó materna. Um exemplo de ser humano em generosidade, em virtude, em nobreza e grandeza de alma.
Banda FavoritaSe esta pergunta tivesse sido feita na adolescência a resposta seria imediata, mas hoje… que já não tenho as paredes do quarto forradas de posters e fotografias, tenho mais dificuldade em responder. Na realidade, agora deixo-me seduzir pelas novas sonoridades e combinações musicais improváveis, fora do circuito comercial. Costumam dizer, lá por casa, que é música perlimpimpim. 
Passatempo – ​Sair. Conhecer novos sítios, novos lugares, novos saberes, outros sabores e outros cheiros, mesmo que seja ali ou aqui ao lado…
Um sítio – O cheiro e as estrelas em Trás-os-Montes e a praia de Aljezur.
Especialidade CulináriaAinda não a elegi! Falta degustar tanta coisa… Bom, mas das comidinhas boas de casa, sem dúvida, o bacalhau à Brás da minha avó, o arroz de feijão do meu pai, o fumeiro e o folar da Carminda e as pataniscas da Senhora Ana. Ah! Quanto à "nossa" cantina, o arroz de pato merece também referência.
Um momentoÀ volta da mesa… com a família, com os amigos… a desfrutar do convívio, da partilha, dos disparates e da leveza do riso.
Inspiração – ​As pessoas, os detalhes, os momentos especiais…