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Joana Casanova


​Joana Casanova
 outubro de 20​20 | Ricardo Ribeiro

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Joana Casanova encontra-se a concluir o Doutoramento em Ciências da Educação, na especialidade de Psicologia da Educação, sob a orientação do Professor Leandro Silva Almeida (Universidade do Minho) e da Professora Ana Belén Bernardo (Universidade de Oviedo, Espanha).  
O seu projeto de investigação é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (SFRH/BD/117902/2016) e incide na temática do Abandono de estudantes do Ensino Superior, estudando variáveis pessoais e contextuais relacionadas com o mesmo.  Ao longo do seu doutoramento foi publicando alguns artigos e capítulos de livros. Tem colaborado com diferentes iniciativas da Universidade do Minho, apoiando entre 2015 e 2019 a construção e implementação do ObservatoriUM – Observatório dos Percursos Académicos dos Estudantes da Universidade do Minho; e no ano 2020 representou os estudantes de doutoramento do Instituto de Educação no recém-criado Colégio Doutoral da Universidade do Minho. 
Quais os projetos em que te encontras envolvida?
O nosso projeto de investigação tem como objetivo caracterizar o fenómeno de abandono de estudantes do 1º ano do Ensino Superior, considerando o valor preditivo de variáveis dos estudantes e variáveis do contexto.  Recorrendo a questionários e a entrevistas com estudantes em situação de abandono caracterizamos o processo de desvinculação, os motivos e a tomada de decisão de abandono do Ensino Superior.
 Com isso, pretendemos contribuir para a investigação na área e fundamentar formas de intervenção por parte dos órgãos académicos com vista à prevenção do abandono e, consequentemente, o aumento das taxas de conclusão dos cursos.
Importa referir que o abandono do Ensino Superior ocorre maioritariamente no decurso do 1º ano e resulta da ponderação por parte dos estudantes, entre as exigências colocadas pela frequência e sucesso do curso e os benefícios que retiram ou pensam vir a retirar da sua experiência académica. Esta decisão (diferente da decisão de mudar de curso e/ou de instituição) tem consequências negativas para os estudantes, para as suas famílias e para as instituições, justificando-se a identificação precoce destes estudantes em risco e a implementação de medidas que favoreçam a sua permanência e sucesso. 

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O abandono dos estudantes pode ser agora mais elevado por causa da Covid-19? 

Na decisão de abandono, como dizia antes, entram também variáveis do contexto. Quando as circunstâncias de vida dos estudantes não são as melhores, podemos antecipar o seu impacto negativo na sua aprendizagem, formação, sucesso e permanência ou abandono. Neste ano letivo, às exigências habituais com que os estudantes se confrontam, acrescem as dificuldades decorrentes da vivência mundial da pandemia COVID-19, apontando para um maior risco de insucesso e abandono académico. Foi interessante a Universidade do Minho ter aumentado a percentagem de aulas presenciais junto dos estudantes do 1º ano pois sabemos que a criação de laços com o curso, os professores e os colegas é decisiva para a sua permanência.

Neste sentido, a par do nosso projeto de investigação, encontro-me a colaborar na iniciativa de apoio aos estudantes do 1º ano do Instituto de Educação. Esta iniciativa tem como objetivo a promoção da persistência académica e decorre durante este 1º semestre. As sessões são presenciais e on-line para os 120 estudantes das Licenciaturas em Educação Básica e em Educação (regime laboral e pós-laboral). Os temas abordados versam o autocuidado, o bem-estar, a organização do tempo e das tarefas académicas e o desenvolvimento de métodos de estudo. 


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Enquanto  investigadora que ideias poderias partilhar com pessoas em formação, ideias que, no teu entender, são pertinentes para o seu futuro?​
No contacto que tenho tido com estudantes em início de formação, ao longo dos últimos anos, e que sinto como um privilégio, partilho sempre o otimismo e sugiro que ousem explorar o que os motiva, o que os mobiliza.

A par destas explorações pessoais e do mundo, acredito vivamente que a dedicação, o compromisso e a persistência se vão desenvolvendo e treinando ao longo do percurso e que têm um imenso potencial transformador nas diferentes áreas da nossa vida. Acredito que a vivência positiva destas experiências reforça o desenvolvimento da sua autonomia e o seu sentido de agência, de estudante/jovem comprometido com o seu próprio crescimento e com o seu projeto de vida.


​B.D. (Bilhete Digital)​
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Um livroNorwegian Wood, de Haruki Murakami
Um f​ilme Intouchables
Banda FavoritaNão posso dizer que tenha uma banda favorita. Depende do estado de espírito
Passatempo – ​Ler, desenhar padrões, colorir
Um Sítio – ​Bibliotecas, pelos livros, mas também pelo silêncio
Inspiração – ​Histórias de superação. Se nos detivermos a ouvir alguém por um momento, encontraremos sempre histórias de superação. As que mais gosto de ouvir são as de desconhecidos, as que surgem de forma inesperada. 

 


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